Jornalista Responsável: Gabriela Perecin (DRT 8968/PR)
Para debater o Parque Nacional Marinho das Ilhas dos Currais, criado através do projeto de Lei n° 12.829 e sancionado pela presidente Dilma em junho deste ano, foi realizada uma reunião no Instituto Federal do Paraná (IFPR), em Paranaguá. A Associação MarBrasil intermediou a conversa, ocorrida no último dia 19, entre comunidade e autoridades.
A iniciativa integrou a programação do “I Encontro Internacional sobre Etnicidade e Populações Autóctones – Rede Cepial” do IFPR. Além de estudantes e professores que participavam do evento, estiveram presentes integrantes do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e de outras organizações. O Instituto é responsável pela gestão de unidades de conservação de todo o país.
Daniel Penteado, coordenador regional do ICMBio em Florianópolis, e demais integrantes do Instituto, responderam os questionamentos da comunidade. (foto: Gabriela Perecin) |
“Esta é a primeira vez que o ICMBio vem a uma reunião pública discutir sobre uma Unidade de Conservação”, destacou o coordenador regional do Instituto em Florianópolis, Daniel Penteado.
Allan Krelling é o coordenador do Projeto Currais, realizado pela Associação MarBrasil. (foto: Gabriela Perecin) |
Um dos projetos da Associação MarBrasil que está em andamento é o Projeto Currais, patrocinado pela Fundação Grupo Boticário de Proteção a Natureza, que visa gerar informações sobre a biodiversidade das três ilhas que compõem o arquipélago de currais e suas formas de uso, como a pesca. Para Allan Krelling, coordenador da iniciativa, a reunião foi positiva. “Houve uma aproximação do Instituto Chico Mendes com a comunidade. Creio que o Projeto Currais também saiu fortalecido, pois os participantes compreenderam que este tem objetivos científicos e que não foi a equipe quem fomentou a criação do parque sem consulta pública”, explica.
Foram levantados vários questionamentos pela comunidade, entre eles o objetivo de criação do parque e a ausência de uma consulta pública, do modo como foi realizada nas outras unidades do país. Todas as questões foram respondidas pelos representantes do ICMBio, que ficaram à disposição para realizar novos encontros.
Segundo Krelling, a criação de uma agenda conjunta é fundamental para que haja um entendimento entre comunidade e autoridades. “Não é possível continuar realizando a conservação sem haver consulta a população, ou ainda o estabelecimento de Unidades de Conservação surgidas de gabinetes. Os impactos negativos são para toda a comunidade, para pesquisadores e até mesmo para os gestores dessas áreas”, finaliza.