Cultivo de moluscos em mar aberto:

Novas fronteiras para a maricultura sustentável na região sul do Brasil

O litoral do Paraná é caracterizado por uma série de problemas de gestão do desenvolvimento, apresentando graves conflitos entre os setores produtivos e a conservação de recursos naturais. Esta característica regional (alta heterogeneidade produtiva versus alta diversidade de ecossistemas relevantes) leva a necessidade de se readequar a estrutura produtiva regional criando novas oportunidades para as comunidades locais.

Neste contexto, os pescadores artesanais formam uma das classes mais representativas e depauperadas desta região, necessitando de alternativas de renda compatíveis com a vocação conservacionista da área. Uma iniciativa de sucesso no litoral paranaense foi o cultivo de moluscos em mar aberto. As experiências obtidas pela Associação MarBrasil demonstraram que esta atividade pode se consolidar como uma alternativa de renda sustentável, em todas as etapas da cadeia produtiva.

A maricultura tem sido tratada como uma alternativa técnica e econômica ao atendimento da demanda comercial de proteína marinha e à preservação dos estoques naturais dos recursos pesqueiros. Dentre as várias espécies cultivadas as ostras, as vieiras e os mexilhões são as mais representativas. Normalmente a maricultura é realizada em regiões costeiras abrigadas, mas isto estabelece uma série de conflitos socioambientais ainda por serem resolvidos. Dentre eles destacam-se o impacto ambiental dos cultivos em expansão (bioacumulação de detritos e alterações na circulação local, sobretudo em baias e regiões estuarinas) e a exploração desordenada dos bancos naturais como fonte de sementes, além dos conflitos com atividades tradicionais na zona costeira, tais como turismo e transporte. A Maricultura em Mar Aberto destaca-se como uma boa alternativa na solução desses conflitos.

No entanto, sistemas em mar aberto impõe uma série de desafios, sobretudo em relação às estruturas de cultivo que devem ser adaptadas à dinâmica desses ambientes e a viabilidade sócio-econômica dos empreendimentos. Se esses parâmetros forem resolvidos, a Maricultura em Mar Aberto é a forma de cultivo mais adequada à realidade dos pescadores de orla do litoral paranaense, que vivem em praias extensas e desabrigadas. Além disso, o cultivo em mar aberto não sofre influência direta de fontes poluidoras e permite a proximidade entre pescadores da costa (público-alvo) e o mercado consumidor.

Realização: Associação MarBrasil
Patrocínio: SEBRAE-PR
Apoio: Emater, Instituto Federal do Paraná, Universidade do Vale do Itajaí (Univali), e Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná (CEM/UFPR)