PreInv

Prevenção da Bioinvasão no litoral do Paraná

O efeito das alterações climáticas e espécies invasoras têm implicado no colapso e até mesmo declínio de vários ecossistemas marinhos. As mudanças globais podem alterar a distribuição e dinâmica das populações, podendo favorecer, nesse processo, as espécies invasoras. Quando outros estresses ambientais agem em sinergia num determinado local, pode gerar consequências irreversíveis para a comunidade nativa, além de impactar atividades de valor econômico como a pesca.

 

O litoral do Paraná é uma região extremamente vulnerável à bioinvasões, possui um dos maiores portos do país, uma grande movimentação de barcos de pesca e recreativos, além de atividades de aquicultura. Espécies exóticas já foram observadas em substratos artificiais próximos ao porto. Entretanto, ainda não se conhece o impacto dessas espécies nos substratos naturais e sua dispersão para substratos em mar aberto, onde há locais de grande relevância para a conservação marinha, como é o caso do Parque Nacional Marinhos das Ilhas dos Currais.

 

O principal objetivo do PreInv foi a realização de uma caracterização das espécies sésseis introduzidas no litoral do Paraná em ambientes naturais para conhecer os riscos de bioinvasão e suscetibilidade do ecossistema marinho no Estado, contribuindo para práticas de prevenção do estabelecimento de espécies exóticas.

 

Bioinvasão é o processo de introdução de espécies exóticas em um ambiente. As espécies exóticas são aquelas estrangeiras que foram transportadas pelo homem de seu lugar de origem para outras regiões onde não ocorriam naturalmente. A bioinvasão afeta a todos que usufruem dos recursos do mar, sejam profissionais, moradores ou turistas, além de alterar a paisagem, podendo levar muitas espécies à extinção, diminuindo a diversidade biológica.

 

Realização: Associação MarBrasil

Patrocínio: Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza

Apoio: Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Itajaí; Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná (CEM/UFPR)

Conheça algumas espécies que podem causar impactos no Sul do Brasil:

Tubastraea coccinea
Tubastraea tagusensis
No Brasil, ocorrem duas espécies de coral-sol. É um competidor agressivo, que cresce sobre as espécies nativas, diminuindo a biodiversidade por onde se instala e causando um grande desequilíbrio ambiental.

Origem:
Oceano Indo Pacífico
Habitat:
Substrato rochoso

Coral-sol (Tubastraea coccianea)
Coral-sol (Tubastraea tagusensis)

Pterois volitans
Possui espinhos venenosos que colocam em risco mergulhadores e animais marinhos. É um predador voraz e diminui drasticamente a abundância de peixes nativos da região onde invadel.

Origem:
Oceano Indo-Pacífico
Habitat:
Substrato rochoso e coralíneo

 

Peixe-leão (Pterois volitans)

Ciona intestinalis

Forma agregados de aspecto gelatinoso que exclui espécies nativas. Causa sérios danos à maricultura, aumentando o peso e a necessidade de limpeza das pencas e, consequentemente, redução na produção aquícola.

Origem:
Heminfério norte
Habitat:
Substrato rochoso

 

Ascídia (Ciona intestinalis)

Myoforceps aristatus

Este bivalve normalmente é encontrado perfurando conchas e carapaças de outros animais, inclusive em cultivos, causando deformações ou até mesmo levando à morte.

Origem:
Atlântico Norte e Caribe

Habitat:
Substrato rochoso

 

Mexilhão-tesoura (Myofeorceps aristatus)

Ophiothela mirabilis

Pouco se sabe sobre a espécie para prever o seu impacto. Entretanto, esse pequeno ofiúro se reproduz rapidamente e ocorre em grande quantidade sobre diversas espécies. Característico pela sua cor alaranjada e possuir seis braços.

Origem:
Oceano Pacífico Oriental

Habitat:
Vive sobre outros organismos, principalmente corais e esponjas do mar

 

Ofiúro (Ophiothela mirabilis)

Megabalanus coccopoma

Espécie danosa à maricultura. Se fixam em abundância nas estruturas dos cultivos e conchas de mexilhões e ostras, aumentando o peso das estruturas e tempo de manejo para a limpeza/remoção. Possuem coloração rosada, e sua carapaça pode causar cortes.

Origem:
Oceano Pacífico

Habitat:
Substrato rochoso

 

Craca-rosa (Megabalanus coccopoma)

Styela plicata

Esta ascídia tolera águas poluídas e com uma ampla variação de salinidade e temperatura. A espécie se reproduz e cresce rapidamente, podendo excluir espécies nativas. Ocorre em grande abundância em áreas de maricultura, se fixando em diversos substratos.

Origem:
Desconhecida

Habitat:
Substrato rochoso

 

Ascídia Maria Mijona (Styela plicata)

Charybdis hellerii

Compete com espécies nativas por habitat e alimento, reduzindo a abundância de siris nativos, alguns importantes comercialmente. Sua coloração esverdeada proporciona proteção visual contra predadores. É uma espécie pequena, atingindo 10 a 13 cm de tamanho.

Origem:
Indo-Pacífico

Habitat:
Sob pedras

 

Siri-de-espinho (Charybdis hellerii)
Peixe-sapo (Opsanus beta)
Poliqueta (Branchioma luctuosum)
Ostras (Isognomon bicolor)
Coral-rosa (Stragulum bicolor)